sexta-feira, junho 30, 2006

SEM MEDO

Repórter X
Correspondente «GB»
No Mundial 2006

Depois daquela que é já conhecida nos meios futebolisticos como a «batalha de Nuremberga», os heróicos jogadores portugueses estão a pouco mais de vinte e quatro horas de travarem mais um duelo histórico com a Inglaterra. Uma vez que nesta altura da prova não existem propriamente favoritos, e apesar da Selecção Nacional não poder contar com Deco e Costinha, a história recente tem sido bem favorável às cores lusas nos últimos jogos disputados com os ingleses.

Seremos então os favoritos? De certa forma, sim. Portugal pode entrar em campo num estado anímico mais favorável, até porque o objectivo mínimo proposto por Scolari no início do Mundial até já foi atingido, e cabe à Inglaterra fazer esquecer o fracasso no Euro 2004, devido precisamente ao jogo dos quartos de final disputado com Portugal. Para além disso, Portugal pode não ter tantos nomes sonantes mas tem uma equipa dedicada até ao limite das suas forças; a Inglaterra, pelo contrário, parece ainda andar em busca da melhor forma para fazer "render" tantas estrelas e, como se sabe, a relação de algumas delas com o treinador Eriksson não é propriamente a melhor.

Amanhã às 16 horas, todos os corações em Gelsenkirchen, para o jogo que pode colocar, de novo, Portugal numa meia final do campeonato do mundo de futebol, quarenta anos depois. Ao rubro, vamos apoiar a Selecção e reeditar a letra original do hino nacional que dizia «contra os bretões, marchar, marchar!».


OS GOLOS DE PAULETA. O avançado açoreano pode não estar a ser o goleador que tanta falta nos faz mas, na passada quarta feira, foram grandiosos os “golos” que marcou em plena sala de imprensa perante as provocações claras dos jornalistas britânicos, e não só: «Não temos medo de ninguém, se souberem um pouco da história de Portugal, podem ver que os portugueses não têm medo de ninguém, têm respeito, mas não têm medo». Mas Pauleta não se ficou por aqui, e às considerações do seleccionador e dos jornalistas brasileiros acerca do Portugal-Holanda, respondeu: «Se ouvirem as declarações do treinador do Brasil, percebem o que estou a dizer. Se há equipas que são mais beneficiadas e mais respeitadas em todos os mundiais, o Brasil é uma delas».
Quem fala assim, só pode ser certeiro! Força Pauleta, força Portugal!

quinta-feira, junho 29, 2006

O POVO VAI NU





Consta que o País está tão entusiasmado com o futebol que agora é que não resiste mesmo a perder a tanga (pelo menos a julgar pelas fotos que acabamos de receber).
Tudo se passou no passado domingo, em plena Lisboa, ali nas imediações da praça do Marquês de Pombal.
A julgar pelo que vemos não foi uma revolução, mas ordena o povo que se lixe o Sócrates, o piqueño Mendes e o "Shenhor Profechôr". A malta quer mesmo é festa e não vá o Governo atacar quando menos se espere, opta-se pelo nu, não venha dali mais umas desilusões!!!
Ora, aqui na Gazeta, achamos todos que o povo é quem mais ordena e que isto das maiorias parlamentares nem sequer dá para as «tangas». Valha-nos a nossa Selecção quando tudo o resto falha!
Imaginem só se chegarmos à "final"...
FORÇA PORTUGAL!

segunda-feira, junho 26, 2006

TRIUNFO DA VONTADE

Reporter X
correspondente da «GB»
no Mundial 2006

PORTUGAL - 1 . HOLANDA - 0

Houve muito pouco futebol em Nuremberga. Sejamos rigorosos: a culpa foi de todos, desde os jogadores das duas equipas ao árbitro russo, que preferiram transformar um jogo de futebol numa verdadeira batalha. Porém, houve emoção a rodos, sobretudo para nós, portugueses, que jogámos cerca de metade do jogo em inferioridade numérica; primeiro com dez contra onze e depois com nove contra dez, até Tiago conseguir empatar o jogo no campo das expulsões mesmo ao cair do pano.

Mas chega de falar de arbitragem. É tempo de enaltecer o heroísmo dos bravos jogadores portugueses que triunfaram pela vontade sobreposta a todas as adversidades. Mesmo sem Ronaldo (brutalmente lesionado aos oito minutos), mesmo perante a infantilidade de Costinha (que se decidiu por inventar um número de andebol mesmo no final da primeira parte), os novos «magriços» venceram e fizeram-nos acreditar que podemos mesmo chegar à final de Berlim.

A vitória da Selecção Nacional, com um golo soberbo de Maniche, na cidade de Nuremberga - palco do mais extraordinário e controverso filme de propaganda política de sempre, «O Triunfo da Vontade» de
Leni Riefenstahl, se bem qua a nossa «vontade» é, felizmente, de outra indole – ficará para sempre na história do futebol português. Nesta cidade medieval, os portugueses do brasileiro Scollari demonstraram que com esta vontade e querer Portugal é candidato ao título mundial. Mas, por agora e somente, venha a Inglaterra!


O QUE SE DIZ POR AÍ. Num jogo de nervos, Figo também se descontrolou e acabou agredindo com uma cabeçada um jogador holandês. Porque o árbitro (felizmente) não viu, consta que os responsáveis pela selecção inglesa querem que a FIFA penalize o capitão português. O medo parece ser evidente: será que já não lhes chega jogarem com uma equipa portuguesa sem Deco e Costinha, e provavelmente com Cristiano Ronaldo condicionado?

sexta-feira, junho 23, 2006

VENHA A LARANJADA

Repórter X

Começámos na Cuca de Angola que não é grande cerveja. Passámos ao dugh iraniano para ganhar confiança. A seguir, veio a tequila, e com um pouco de sal, ai que bem que ela marchou.

Vem agora a laranjada, docinha de preferência! Arrojados como somos, Portugueses heróicos, vamos bebê-la até à última gota, como fizemos com o que a antecedeu. E no domingo, depois das dez, marcharemos para a festa com os nossos vinhos e cervejas. Vai saber bem para desenjoar e dar ânimo a esta gente. Com uma sardinhada, melhor ainda. E gritando a viva voz que já estamos quase na final, é só festa nesta aldeia global que é ser por Portugal.

Da Alemanha para o Mundo, todos juntos, gritemos Força Portugal! – domingo venceremos.

quarta-feira, junho 21, 2006

DOMINGO: ARGENTINA OU HOLANDA

Repórter X
correspondente «GB»
no Mundial 2006
PORTUGAL - 2
MÉXICO - 1

Portugal bateu, há minutos, o México com golos de Maniche e Simão, garantindo assim o primeiro lugar no grupo de apuramento para o jogo dos oitavos de final. À excepção do golo sofrido (Fonseca, 30’), a equipa de Portugal - sem Deco, Costinha, Pauleta, Ronaldo e Nuno Valente - deu bem conta do recado (sobretudo na primeira parte), destacando-se muito positivamente as prestações de Simão (uma assistência e um golo de penalti) e de Maniche (formidável no meio campo e excelente nos remates de meia distancia). Não obstante a utilização de Hélder Postiga, em detrimento de Nuno Gomes, Scolari esteve muito bem, ganhando a aposta de poupar os «amarelados» e, simultaneamente, vencer o grupo, evitando assim jogar já no próximo sábado.

Seguidamente, uma de duas hipóteses: Argentina ou Holanda. Teoricamente, é tempo de torcer pela Argentina no jogo de logo à noite. A vitória da (super) selecção de Pakerman colocaria a Holanda no nosso caminho, equipa que, apesar dos fortes argumentos, será talvez mais acessível à nossa Selecção. A ver vamos, mas garantido está o jogo de domingo às 20 horas e a hipótese de ver Portugal inteiro rejubilar de novo pelos seus melhores jogadores de futebol. O «mata-mata» vai começar!

terça-feira, junho 20, 2006

ODEIO FUTEBOL

Uma crónica de
El Terrorista


Na verdade, eu não odeio futebol... mas odeio futebol! Sobretudo quando ligo a televisão e vejo futebol em todo o lado, excepto na Sport TV porque me caçaram o sinal da box pirata que adquiri há uns anos ao tipo que me vendia telemóveis em segunda mão e dvds piratas. Por isso, porque me usurparam o direito de ter o Mundial aqui à mão, eu digo: Odeio futebol!

Mas tenho mais motivos para odiar futebol! Odeio futebol porque hoje há gajos que vão à bola de fato e gravata como se fossem à ópera, porque há zonas vip cheias de mortos de fome que vivem de expedientes nas revistas cor de rosa, porque os políticos atrelam-se à Selecção ou aos clubes como os cães às cadelas com cio. E mais, ainda se baldam ao dito “trabalho” (?!) e andam a lixar constantemente a malta pela alegada falta de produtividade do trabalhador português.

Odeio mesmo futebol! Detesto mesmo porque retiraram a cerveja dos estádios e substituíram-na por mijo desalcoolizado. Detesto, porque agora um tipo não pode ver um jogo de pé sem ter um steward à perna. Porque há lugares marcados como se fosse cinema. Porque os jogos já não são aos domingos à tarde por causa das transmissões nas televisões. Porque é tudo tão arrumado que não voltaremos a ver gente de garrafão e tacho de arroz de tomate embrulhado num cobertor a fazer a festa nas
bancadas. Odeio tanto futebol, porque a ida ao estádio deixou de ser o solário da malta, ou não fossem estes novos estádios cobertos para a malta ter conforto. Conforto? Que raio! Para conforto fiquem em casa.

Mas aquilo que eu odeio mesmo no futebol são os intelectuais da bola. Não falo propriamente daqueles que mandam os bitaites e só falam da bola e da qualidade técnica dos jogadores do Ruanda ou do ponta de lança que actua no Sochaux de França e marcou meia dúzia de golos no campeonato – cromos desses sempre houve! Falo daqueles tipos que há uns anos achavam que o futebol era para a gentalha, que viam o futebol na televisão escondidos, entre uma pausa no Goethe ou no Proust. Irritam-me esses gajos! Agora todos discutem a bola, todos vão aos estádios, todos assinam e pagam Sport TV... e fazem tanta gala em falar sobre isso, algo que exacerba ainda mais o m
eu ódio ao futebol.

Bem, agora me despeço porque vou para o café ver o Itália-EUA. E, já agora, espero que não hajam lá mulheres adeptas do futebol. É que elas já irritam com esta nova paixão. Que saudades tenho do tempo em que se rendiam somente à telenovela e nos deixavam ver a bola em paz!...

segunda-feira, junho 19, 2006

CRÓNICA DE UM FÃ DE GUNS (4)

quarta parte
***********
A grande marca deixada pela imprensa do concerto de Guns n´ Roses em Lisboa foi a “birra” da prima donna Axl Rose. Do local onde estava, e pela proximidade ao palco, não me foi possível ver a eventual queda do vocalista, provocada (ou não) pelo arremesso de garrafas e outros objectos. Aquilo que recordo, e aquilo que a imprensa registou, é que Axl Rose cantou no chão duas canções («Mr. Brownstone» e «Live And Let Die») até ameaçar abandonar o concerto.

Pode-se dizer que, a multidão começou a ficar demasiado impaciente, no limite da fúria. Dado o ambiente vivido em Alvalade, tudo era possível, até uma invasão de palco! Talvez por isso, ou apenas porque a banda queria mesmo tocar, Duff e Slash decidiram segurar as pontas, solicitando ao público, de forma algo peculiar, um melhor comportamento. Após Duff ter interpretado «Attitude», Ax
l Rose voltou e o concerto continuou por cerca de mais de duas horas de puro rock que terão marcado muitos dos milhares de fãs que ali estiveram.

Apesar das más críticas publicadas, e até hoje, com quem troquei ideias sobre aquele concerto, todos asseguram que foi uma grande noite de rock´n´roll. Na minha opinião, foi! Muita adrenalina, muita emoção e a certeza de que, de algum modo, aquele concerto alimentou em mim a vontade de t
er uma banda de rock, o que sucedeu uns meses mais tarde. Ainda hoje tenho presente muitas das emoções daquele dia que começou bem cedo, a 2 de Julho e só terminou na madrugada do dia seguinte, com os ouvidos a zumbirem e a música e o público a reproduzirem-se incessantemente no cérebro.
Once there was this rock n' roll band rollin' on the streets
Time went by and it became a joke
EPÍLOGO: Após «The Spaghetti Incident!» (álbum de covers de 1993), os Guns n´Roses eclipsaram-se. Slash originaria um projecto paralelo em 1994 – os Snakepit – e o anuncio de um novo álbum de originais foi-se prolongando no tempo como um (mais um!) mito a envolver os Guns. Em 1997, Axl Rose acabaria por adquirir, por decisão judicial em confronto com os outros membros efectivos da banda (não obstante Axl já ter “despedido” Slash em 96), os direitos sobre a “marca” Guns n´ Roses.

Os Guns n´Roses de quem fomos fãs acabaram. O narcisismo de Axl Rose levou-o a destruir uma das grandes referências musicais da minha geração. Talvez por isso, não lhe perdoamos que se anuncie o regresso dos Guns com um novo álbum de originais (o “interminável” «Chinese Democracy») sem o que restava da sua artilharia pesada – Slash e Duff (estão nos Velvet Revolver com Matt Sorum). Os Guns n´ Roses que actuaram no dia 26 de Maio deste ano no Rock in Rio eram uma caricatura fraudulenta da maior banda de rock´n´roll dos últimos anos do século passado. O fantasma de Axl que actuou no Parque da Bela Vista muda menos de roupa, tem mais uns vinte quilos e demonstrou de uma forma quase patética que os Guns n´Roses, tal como ele, já não existem. Resta uma marca e a sua própria teimosia na crença de se produzir como mito vivo do rock´n´roll, usando uma mera marca registada para encobrir a sua própria decadência.


Como dizia um amigo e companheiro do hard rock way of live, “os Guns, viu-os no dia 2 de Julho de 1992”. Aquilo que esteve no palco do Rock in Rio foi a demonstração evidente de que já nem sequer restam as últimas pé
rolas do rock´n´roll.
CURIOSIDADES
Em 1994, uma crise de pâncreas pôs Duff às portas da morte. O médico recomendou-lhe uma mudança drástica no estilo de vida, ou seja, o abandono do álcool e das drogas. A sua saída da banda é formalizada três anos depois.

West Arkeen, co-autor de alguns temas dos Guns n´Roses (entre os quais o fabuloso «The Garden»), faleceu com uma overdose em 1997.

Desde a sua origem, a banda já contou, até à data, com dezassete membros:
W. Axl Rose [vocals]
Dizzy Reed [keyboards]
Tommy Stinson [bass]
Robin Finck [guitar]
Richard Fortus [guitar]
Ron Thal [guitar]
Brain [drums]
Chris Pitman [keyboards]
E os ex-Guns:
Buckethead [guitar]
Paul Tobias [guitar]
Josh Freese [drums]
Duff McKagan [bass]
Matt Sorum [drums]
Slash [guitar]
Gilby Clarke [guitar]
Izzy Stradlin [guitar]
Steven Adler [drums]

domingo, junho 18, 2006

CHEGADOS AOS OITAVOS

Repórter X
correspondente da «GB»
no Mundial 2006
* PORTUGAL - 2 / IRÃO - 0

E com dois golos apenas (ainda houve um terceiro, mas o malandro do árbitro franciú...), fez-se história no futebol português. Quarenta anos, e ao terceiro Mundial, depois, a Selecção Nacional chega aos oitavos de final do campeonato, e sem precisar de exercícios de aritmética, nem mesmo do terceiro jogo para garantir a continuação em terras germânicas.

Como vaticinámos aqui na Gazeta, Portugal jogou bem melhor do que frente a Angola. Houve Deco (magnifico golo!), houve Figo (inevitavelmente, a assistência para golo foi dele, bem como sobre ele foi o pénalti cometido pelos iranianos) e até houve um Ronaldo mais altruísta e concentrado no jogo (frio q.b. na marcação do pénalti). Houve também a dose suficiente de teimosia de Scolari que recuperou a equipa tipo do último Europeu para ganhar um jogo contra uma equipa com um futebol mais evoluído que o de Angola, mas insuficiente ainda para segurar a nossa Selecção.

Agora, segue-se o México para decidir quem vence o grupo. Convém não descurar em demasia o jogo porque o primeiro lugar no grupo D pode evitar um confronto com a Argentina nos oitavos de final - partindo do princípio que a selecção das Pampas vence o seu grupo. Passados os oitavos, tudo é possível e aqui, como em qualquer parte do mundo onde há um português, todos confiamos na nossa Selecção. Parabéns, portanto, e... FORÇA PORTUGAL!

sexta-feira, junho 16, 2006

ANTEVISÃO PORTUGAL/IRÃO

Repórter X
correspondente da «GB»
no Mundial 2006

Frankfurt está já engalanada para receber a nossa “gloriosa” Selecção. Pelas ruas, soltam-se bandeiras verdes e vermelhas, os rostos preparam-se para acolher as cores nacionais e a armilar. Para se sentir Portugal a cem por cento só falta mesmo o cheiro da sardinha assada e do courato na brasa.

Amanhã, todos estamos cientes de que a equipa vai responder positivamente perante uma selecção iraniana em risco de elimi
nação. Depois do jogo morno frente a Angola, os rapazes da Selecção vão, com toda a certeza, proporcionar aos milhares de portugueses - que não se cansam de aclamar por Portugal - uma grande alegria. Vencer o Irão (eu até simpatizo com eles mas, a pátria primeiro!) e assegurar desde já a passagem aos oitavos de final é o objectivo primordial, que com a confiança de todos será certamente alcançado.

Depois de uma semana de desconfiança não faltou o entusiasmo e os nossos jogadores preparam-se para dar uma resposta condigna, mostrando que se aqui estamos podemos ir longe. Pauleta vai marcar, Figo vai continuar a deslumbrar, Ronaldo vai acalmar... com acerto a meio-campo, só podemos mesmo é ganhar. Do outro lado, um Irão que parece ver Alá voltar-lhe as costas perante tanta lesão. A ver vamos é se Alá não joga a bola...

MAIS QUE FAIR-PLAY. No jogo que opôs o México ao Irão, foi dada uma verdadeira lição de algo mais que fair-play. Perante a morte recente da mãe do guarda redes mexicano, o oponente iraniano Mirzapour (na foto), presenteou o seu adversário com um ramo de flores. Pode-se dizer que foi um acto de extrema dignificação do desporto, do respeito e da paz entre os homens. Vindo, precisamente, do Irão! Não fosse este um mundo de factos e verdades selectivas e tinha sido este um dos "momentos" do Mundial de futebol de 2006.

EM JOGO (MAS FORA DAS 4 LINHAS)


por Manganancio Felgueiras *
Lembram-se de Karen «Jardel» Ribeiro? Confesso que tão vestida como a vi surgir, foi difícil perceber que era ela na Sport TV, no papel de pivot de um programa sobre o Mundial. A moça está de volta a Portugal, sem Jardel, e abraça agora uma nova profissão na televisão. Com um decote ajustado ao estatuto, garanto-vos que a vão reconhecer, e não irão mais esquecer as fotos que vos deixo. Têm uns bons anos, mas foram, e serão sempre, um must do futebol mundial (fora das quatro linhas, claro está!).
* de férias em Portugal, em plena Rotunda do Marquês, aguardando a festa (nem que seja a de Angola!)

quarta-feira, junho 14, 2006

CRÓNICA DE UM FÃ DE GUNS (3)

terceira parte
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Em finais de Setembro de 1991, os Guns n´Roses afirmavam-se, através do lançamento dos álbuns «Use Your Illusion», como a banda mais mediática do planeta. De tal modo que, os casos acabaram por se sobrepor aos próprios álbuns e a imprensa depressa lhes deu o epíteto de «banda mais perigosa do planeta».

THE PERILS OF ROCK N´ROLL DECADENCE: Os «Illusion», apesar de perderem muito do ambiente violento e caótico do rock´n´roll urbano e cru de «Appetite», foram indubitavelmente grandes discos, e só assim a máquina publicitária da Gaffen os tornou dos álbuns mais vendidos na história da música. Conquistando plateias cada vez mais latas, o fenómeno Guns patrocinou um autêntico esbater de fronteiras entre os mais diversos públicos. A pop passou ao estado moribundo enquanto
os “tops” se viam invadidos por música mais «pesada», onde as guitarras em distorção ganhavam aos pontos às melodias “limpinhas” da pop-rock. Nada parecia ofuscar o brilho feito de excitação e adrenalina que a "decadência" associada ao rock continha. Foram os tempos de asserção do grunge de Seattle, com os Nirvana, os Pearl Jam ou os Soundgarden, da reafirmação dos AC/DC ou dos Metallica, e do surgimento de fenómenos prematuros mas com grandes efeitos em termos de vendas como, por exemplo, os Ugly Kid Joe ou os DAD, entre tantos outros. O «sex, drugs and rock´n´roll» voltava, revisto e actualizado, com os riscos dos tempos novos.

Em inícios de 1992, a vinda dos Guns n´Roses a Portugal começava a ser uma certeza. A banda de Axl e Slash iniciara a Use Your Illusion World Tour nos EUA (com os Metallica, até ao acidente ocorrido com James Hetfield) e as datas europeias começavam a ser confirmadas. Lisboa não era ainda um destino certo como Madrid ou Barcelona – é preciso não esquecer que os grandes concertos de estádio só haviam chegado a Portugal em 1990, com a Urban Jungle Tour dos Rolling Stones – portanto, foi com uma natural euforia que os fãs portugueses dos Guns n´Roses viram anunciado, alguns meses antes, o concerto de 2 de Julho de 1992, em Alvalade. Agora, era preciso que tudo corresse bem e que os Guns não anunciassem o cancelamento do espectáculo, conforme acontecia co
m alguma regularidade nalguns pontos do mundo. Na realidade, o feedback que nos chegava através dos jornais é que com os Guns tudo era possível!

No dia 2 de Julho, dia bem quente, a cidade acordou sob a égide da visita da «banda mais perigosa do planeta». Sessenta mil pessoas eram esperadas no Estádio José de Alvalade, num concerto considerado pelas autoridades como de alto risco. Recordo que formávamos um grupo de dez a quinze pessoas que se começaram a reunir em frente do Bingo do Sporting por volta do meio-dia. Não consigo precisar, à distância do tempo, a que horas abriram as portas mas, como fazia parte da tradição dos concertos de estádio, não esqueço aquela corrida desenfreada de quem entrava no recinto pela bancada sul e disparava rumo ao palco em busca do melhor lugar possível. Apesar de algumas ocorrências, de uma velada ameaça de «morte» sobre a minha jovem irmã, muita cerveja e haxixe, quando o concerto dos Guns começou, cerca das 23 horas, estávamos mesmo junto ao palco, sem grandes apertos (devido à barreira intermédia que separava o público no relvado) e a respirar os últimos momentos, após os concertos de Soundgarden e Faith No More, antes dos primeiros acordes de «It´s So Easy» irromperem pelo estádio.

Quarta e última parte (clica)
Primeira Parte (clica)
Segunda Parte (clica)

segunda-feira, junho 12, 2006

JOGO MORNO

Repórter X
correspondente «GB»
no Mundial 2006

  • PORTUGAL - 1 . ANGOLA - 0

Uff! – Foi esta a interjeição que soltei quando o árbitro uruguaio deu por finalizado o primeiro jogo de Portugal neste Mundial na Alemanha. Apesar de, durante os 90 minutos, nunca se haver vislumbrado qualquer risco de derrota para a Selecção Nacional, o certo é que a rapaziada lusa fez um jogo muito morno, denotando demasiadas fragilidades, tanto ao nível defensivo como ao ofensivo. Valeu-nos este primeiro jogo ter sido frente a Angola, equipa que (perdoem-me os amigos angolanos!) será porventura das mais fracas deste Mundial.

Como não me cansei de afirmar, Pauleta está talhado para ser marcador de serviço nestes jogos. Como viram, falhou um golo por milímetros logo no primeiro minuto e acabou a facturar três minutos depois, após uma jogada notável de Figo (se bem que o defesa angolano adormeceu no «pedaço», como dizem os brasileiros). Depois, embalou na «morninha», não cabo-verdiana nem angolana, mas na portuguesa, aquela que tem o toque dolente e enfadonho do fado.

Cristiano Ronaldo lá levou perigo à baliza dos «palancas» por duas vezes mas, no geral, andou, juntamente com Simão, a adaptar-se à bola. Isto para não dizer que o corpo está lá mas a cabeça nem tanto! Valeu-nos um grande Figo; maduro, experiente e, apesar da idade, a mostrar que continua numa excelente forma.

O QUE SE DIZ POR AÍ. No final do jogo, o «capitão» Figo disparou contra os jornalistas quando confrontado com a fraca exibição da equipa: A imprensa em Portugal é muito crítica. Não sei o que esperavam, se calhar 5 ou 6-0... Seguramente somos a única selecção do Mundo a quem é pedido isso. Mas se virem os resultados que as grandes selecções têm feito neste Mundial, as vitórias têm sido sempre por margem mínima.
Por acaso, e vendo bem o abissal desnível qualitativo entre as duas equipas, os adeptos não esperariam 5 ou 6, mas gostariam de ter terminado o jogo mais tranquilos e confiantes na sua Selecção.

sexta-feira, junho 09, 2006

ANTEVISÃO PORTUGAL/ANGOLA

Repórter X
correspondente «GB»
no Mundial 2006

Domingo, pelas 20 horas, começa o Mundial para Portugal. E logo frente à estreante Angola, país com quem temos múltiplas afinidades, tais como o facto de ser onde está o “nosso” Mantorras.

Espera-se um jogo bem “viril”, como diria o grandiloquente Gabriel Alves, já que de um lado está uma selecção dada a não permitir que a bola passe com o homem e do outro teremos um meio campo bem musculado, com Costinha e Petit, a julgar pelas indicações do último treino.

Como devem calcular, o nosso optimismo em relação ao resultado é extremo. Portugal tem melhores jogadores e, sobretudo, um grande ponta de lança, talhado para marcar golos a grandes selecções mundiais (como Andorra, Luxemburgo, Cabo Verde e outras tantas), na qual temos de, necessariamente, incluir Angola.

Baterias afinadas, esperando-se um Ricardo non-«avibom» e um Ronaldo concentrado na bola e não em curvas extra-futebol, um Figo liderante e guerreiro e uma defesa certinha, temos todas as condições reunidas para a conquista dos três primeiros pontos.

Sacudindo as maldições dos primeiros jogos nas duas últimas grandes competições internacionais (Mundial 2002 e Europeu 2004), vamos gritando «Força Portugal!». Jogo a jogo, e com a calma e a tranquilidade que nos pode levar bem longe na competição - porque de rasgos de euforias estéreis andamos todos bem cheios!

terça-feira, junho 06, 2006

O PROBLEMA RONALDO

Repórter X
correspondente «GB»
no Mundial 2006
Após os dois jogos particulares, nota-se que o grande problema com que se debate a Selecção Nacional chama-se Cristiano Ronaldo. O «puto maravilha» conseguiu, em ambos os jogos, cometer verdadeiras agressões sobre os adversários, o que só não representa ainda um mal maior porque, até aqui, os jogos foram a feijões e os árbitros são condescendentes quanto baste.

Para evitar que o problema se torne altamente nefasto para a Selecção Nacional – e porque todos acreditamos que vamos precisar do melhor do futebol de Ronaldo para estarmos o mais longo período de tempo p
ossível em terras alemãs – é preciso que o jogador do Manchester United se acalme. Não descortinamos o melhor remédio para o nervosismo do rapaz mas, equaciona-mos, uma de duas hipóteses: ou Scolari grita com Ronaldo para que ele deixe de pensar na Merche ou então tragam a Merche ao rapaz para ver se ele se acalma.

Por aqui, em Gutersloh, sente-se que Scolari terá mesmo que dar uns berros a Ronaldo. Apesar de tudo indicar que Merche Romero (na foto) chega à Alemanha no sábado, o treinador de Portugal quer o «puto maravilha» calmo e dedicado à bola, e não deve ver com muitos bons olhos (apesar de tudo!) a chegada do “argumento de peso” para as excitações do pupilo.

O QUE SE DIZ POR AÍ. Dizem as mais descabidas más-línguas que Ronaldo quer fazer um Mundial curtinho. As saudades do colo da Merche sobrepõem-se, na cabeça do rapaz, aos interesses da Selecção Nacional. Há quem conjecture mesmo um maquiavélico plano do «puto maravilha» para abandonar o mais depressa possível o celibatário regime do desportista em alta competição. Para isso, basta provocar umas valentes picardias com os jogadores angolanos, que como se sabe, pelo exemplo do passado recente, adoram jogar futebol tocado a golpes de wrestling.