CRÓNICA DE UM FÃ DE GUNS (4)
quarta parte
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A grande marca deixada pela imprensa do concerto de Guns n´ Roses em Lisboa foi a “birra” da prima donna Axl Rose. Do local onde estava, e pela proximidade ao palco, não me foi possível ver a eventual queda do vocalista, provocada (ou não) pelo arremesso de garrafas e outros objectos. Aquilo que recordo, e aquilo que a imprensa registou, é que Axl Rose cantou no chão duas canções («Mr. Brownstone» e «Live And Let Die») até ameaçar abandonar o concerto.
Pode-se dizer que, a multidão começou a ficar demasiado impaciente, no limite da fúria. Dado o ambiente vivido em Alvalade, tudo era possível, até uma invasão de palco! Talvez por isso, ou apenas porque a banda queria mesmo tocar, Duff e Slash decidiram segurar as pontas, solicitando ao público, de forma algo peculiar, um melhor comportamento. Após Duff ter interpretado «Attitude», Axl Rose voltou e o concerto continuou por cerca de mais de duas horas de puro rock que terão marcado muitos dos milhares de fãs que ali estiveram.
Apesar das más críticas publicadas, e até hoje, com quem troquei ideias sobre aquele concerto, todos asseguram que foi uma grande noite de rock´n´roll. Na minha opinião, foi! Muita adrenalina, muita emoção e a certeza de que, de algum modo, aquele concerto alimentou em mim a vontade de ter uma banda de rock, o que sucedeu uns meses mais tarde. Ainda hoje tenho presente muitas das emoções daquele dia que começou bem cedo, a 2 de Julho e só terminou na madrugada do dia seguinte, com os ouvidos a zumbirem e a música e o público a reproduzirem-se incessantemente no cérebro.
Pode-se dizer que, a multidão começou a ficar demasiado impaciente, no limite da fúria. Dado o ambiente vivido em Alvalade, tudo era possível, até uma invasão de palco! Talvez por isso, ou apenas porque a banda queria mesmo tocar, Duff e Slash decidiram segurar as pontas, solicitando ao público, de forma algo peculiar, um melhor comportamento. Após Duff ter interpretado «Attitude», Axl Rose voltou e o concerto continuou por cerca de mais de duas horas de puro rock que terão marcado muitos dos milhares de fãs que ali estiveram.
Apesar das más críticas publicadas, e até hoje, com quem troquei ideias sobre aquele concerto, todos asseguram que foi uma grande noite de rock´n´roll. Na minha opinião, foi! Muita adrenalina, muita emoção e a certeza de que, de algum modo, aquele concerto alimentou em mim a vontade de ter uma banda de rock, o que sucedeu uns meses mais tarde. Ainda hoje tenho presente muitas das emoções daquele dia que começou bem cedo, a 2 de Julho e só terminou na madrugada do dia seguinte, com os ouvidos a zumbirem e a música e o público a reproduzirem-se incessantemente no cérebro.
Once there was this rock n' roll band rollin' on the streets
Time went by and it became a joke
EPÍLOGO: Após «The Spaghetti Incident!» (álbum de covers de 1993), os Guns n´Roses eclipsaram-se. Slash originaria um projecto paralelo em 1994 – os Snakepit – e o anuncio de um novo álbum de originais foi-se prolongando no tempo como um (mais um!) mito a envolver os Guns. Em 1997, Axl Rose acabaria por adquirir, por decisão judicial em confronto com os outros membros efectivos da banda (não obstante Axl já ter “despedido” Slash em 96), os direitos sobre a “marca” Guns n´ Roses.
Os Guns n´Roses de quem fomos fãs acabaram. O narcisismo de Axl Rose levou-o a destruir uma das grandes referências musicais da minha geração. Talvez por isso, não lhe perdoamos que se anuncie o regresso dos Guns com um novo álbum de originais (o “interminável” «Chinese Democracy») sem o que restava da sua artilharia pesada – Slash e Duff (estão nos Velvet Revolver com Matt Sorum). Os Guns n´ Roses que actuaram no dia 26 de Maio deste ano no Rock in Rio eram uma caricatura fraudulenta da maior banda de rock´n´roll dos últimos anos do século passado. O fantasma de Axl que actuou no Parque da Bela Vista muda menos de roupa, tem mais uns vinte quilos e demonstrou de uma forma quase patética que os Guns n´Roses, tal como ele, já não existem. Resta uma marca e a sua própria teimosia na crença de se produzir como mito vivo do rock´n´roll, usando uma mera marca registada para encobrir a sua própria decadência.
Como dizia um amigo e companheiro do hard rock way of live, “os Guns, viu-os no dia 2 de Julho de 1992”. Aquilo que esteve no palco do Rock in Rio foi a demonstração evidente de que já nem sequer restam as últimas pérolas do rock´n´roll.
Os Guns n´Roses de quem fomos fãs acabaram. O narcisismo de Axl Rose levou-o a destruir uma das grandes referências musicais da minha geração. Talvez por isso, não lhe perdoamos que se anuncie o regresso dos Guns com um novo álbum de originais (o “interminável” «Chinese Democracy») sem o que restava da sua artilharia pesada – Slash e Duff (estão nos Velvet Revolver com Matt Sorum). Os Guns n´ Roses que actuaram no dia 26 de Maio deste ano no Rock in Rio eram uma caricatura fraudulenta da maior banda de rock´n´roll dos últimos anos do século passado. O fantasma de Axl que actuou no Parque da Bela Vista muda menos de roupa, tem mais uns vinte quilos e demonstrou de uma forma quase patética que os Guns n´Roses, tal como ele, já não existem. Resta uma marca e a sua própria teimosia na crença de se produzir como mito vivo do rock´n´roll, usando uma mera marca registada para encobrir a sua própria decadência.
Como dizia um amigo e companheiro do hard rock way of live, “os Guns, viu-os no dia 2 de Julho de 1992”. Aquilo que esteve no palco do Rock in Rio foi a demonstração evidente de que já nem sequer restam as últimas pérolas do rock´n´roll.
CURIOSIDADES
Em 1994, uma crise de pâncreas pôs Duff às portas da morte. O médico recomendou-lhe uma mudança drástica no estilo de vida, ou seja, o abandono do álcool e das drogas. A sua saída da banda é formalizada três anos depois.
West Arkeen, co-autor de alguns temas dos Guns n´Roses (entre os quais o fabuloso «The Garden»), faleceu com uma overdose em 1997.
Desde a sua origem, a banda já contou, até à data, com dezassete membros:
W. Axl Rose [vocals]
Dizzy Reed [keyboards]
Tommy Stinson [bass]
Robin Finck [guitar]
Richard Fortus [guitar]
Ron Thal [guitar]
Brain [drums]
Chris Pitman [keyboards]
E os ex-Guns:
Buckethead [guitar]
Paul Tobias [guitar]
Josh Freese [drums]
Duff McKagan [bass]
Matt Sorum [drums]
Slash [guitar]
Gilby Clarke [guitar]
Izzy Stradlin [guitar]
Steven Adler [drums]
Em 1994, uma crise de pâncreas pôs Duff às portas da morte. O médico recomendou-lhe uma mudança drástica no estilo de vida, ou seja, o abandono do álcool e das drogas. A sua saída da banda é formalizada três anos depois.
West Arkeen, co-autor de alguns temas dos Guns n´Roses (entre os quais o fabuloso «The Garden»), faleceu com uma overdose em 1997.
Desde a sua origem, a banda já contou, até à data, com dezassete membros:
W. Axl Rose [vocals]
Dizzy Reed [keyboards]
Tommy Stinson [bass]
Robin Finck [guitar]
Richard Fortus [guitar]
Ron Thal [guitar]
Brain [drums]
Chris Pitman [keyboards]
E os ex-Guns:
Buckethead [guitar]
Paul Tobias [guitar]
Josh Freese [drums]
Duff McKagan [bass]
Matt Sorum [drums]
Slash [guitar]
Gilby Clarke [guitar]
Izzy Stradlin [guitar]
Steven Adler [drums]
1 Comments:
Gostei desse percurso sobre os Guns.
Não sabia da morte do West Arkeen.
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