CRÓNICA DE UM FÃ DE GUNS (3)
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Em finais de Setembro de 1991, os Guns n´Roses afirmavam-se, através do lançamento dos álbuns «Use Your Illusion», como a banda mais mediática do planeta. De tal modo que, os casos acabaram por se sobrepor aos próprios álbuns e a imprensa depressa lhes deu o epíteto de «banda mais perigosa do planeta».
THE PERILS OF ROCK N´ROLL DECADENCE: Os «Illusion», apesar de perderem muito do ambiente violento e caótico do rock´n´roll urbano e cru de «Appetite», foram indubitavelmente grandes discos, e só assim a máquina publicitária da Gaffen os tornou dos álbuns mais vendidos na história da música. Conquistando plateias cada vez mais latas, o fenómeno Guns patrocinou um autêntico esbater de fronteiras entre os mais diversos públicos. A pop passou ao estado moribundo enquanto os “tops” se viam invadidos por música mais «pesada», onde as guitarras em distorção ganhavam aos pontos às melodias “limpinhas” da pop-rock. Nada parecia ofuscar o brilho feito de excitação e adrenalina que a "decadência" associada ao rock continha. Foram os tempos de asserção do grunge de Seattle, com os Nirvana, os Pearl Jam ou os Soundgarden, da reafirmação dos AC/DC ou dos Metallica, e do surgimento de fenómenos prematuros mas com grandes efeitos em termos de vendas como, por exemplo, os Ugly Kid Joe ou os DAD, entre tantos outros. O «sex, drugs and rock´n´roll» voltava, revisto e actualizado, com os riscos dos tempos novos.
Em inícios de 1992, a vinda dos Guns n´Roses a Portugal começava a ser uma certeza. A banda de Axl e Slash iniciara a Use Your Illusion World Tour nos EUA (com os Metallica, até ao acidente ocorrido com James Hetfield) e as datas europeias começavam a ser confirmadas. Lisboa não era ainda um destino certo como Madrid ou Barcelona – é preciso não esquecer que os grandes concertos de estádio só haviam chegado a Portugal em 1990, com a Urban Jungle Tour dos Rolling Stones – portanto, foi com uma natural euforia que os fãs portugueses dos Guns n´Roses viram anunciado, alguns meses antes, o concerto de 2 de Julho de 1992, em Alvalade. Agora, era preciso que tudo corresse bem e que os Guns não anunciassem o cancelamento do espectáculo, conforme acontecia com alguma regularidade nalguns pontos do mundo. Na realidade, o feedback que nos chegava através dos jornais é que com os Guns tudo era possível!
No dia 2 de Julho, dia bem quente, a cidade acordou sob a égide da visita da «banda mais perigosa do planeta». Sessenta mil pessoas eram esperadas no Estádio José de Alvalade, num concerto considerado pelas autoridades como de alto risco. Recordo que formávamos um grupo de dez a quinze pessoas que se começaram a reunir em frente do Bingo do Sporting por volta do meio-dia. Não consigo precisar, à distância do tempo, a que horas abriram as portas mas, como fazia parte da tradição dos concertos de estádio, não esqueço aquela corrida desenfreada de quem entrava no recinto pela bancada sul e disparava rumo ao palco em busca do melhor lugar possível. Apesar de algumas ocorrências, de uma velada ameaça de «morte» sobre a minha jovem irmã, muita cerveja e haxixe, quando o concerto dos Guns começou, cerca das 23 horas, estávamos mesmo junto ao palco, sem grandes apertos (devido à barreira intermédia que separava o público no relvado) e a respirar os últimos momentos, após os concertos de Soundgarden e Faith No More, antes dos primeiros acordes de «It´s So Easy» irromperem pelo estádio.
Quarta e última parte (clica)
THE PERILS OF ROCK N´ROLL DECADENCE: Os «Illusion», apesar de perderem muito do ambiente violento e caótico do rock´n´roll urbano e cru de «Appetite», foram indubitavelmente grandes discos, e só assim a máquina publicitária da Gaffen os tornou dos álbuns mais vendidos na história da música. Conquistando plateias cada vez mais latas, o fenómeno Guns patrocinou um autêntico esbater de fronteiras entre os mais diversos públicos. A pop passou ao estado moribundo enquanto os “tops” se viam invadidos por música mais «pesada», onde as guitarras em distorção ganhavam aos pontos às melodias “limpinhas” da pop-rock. Nada parecia ofuscar o brilho feito de excitação e adrenalina que a "decadência" associada ao rock continha. Foram os tempos de asserção do grunge de Seattle, com os Nirvana, os Pearl Jam ou os Soundgarden, da reafirmação dos AC/DC ou dos Metallica, e do surgimento de fenómenos prematuros mas com grandes efeitos em termos de vendas como, por exemplo, os Ugly Kid Joe ou os DAD, entre tantos outros. O «sex, drugs and rock´n´roll» voltava, revisto e actualizado, com os riscos dos tempos novos.
Em inícios de 1992, a vinda dos Guns n´Roses a Portugal começava a ser uma certeza. A banda de Axl e Slash iniciara a Use Your Illusion World Tour nos EUA (com os Metallica, até ao acidente ocorrido com James Hetfield) e as datas europeias começavam a ser confirmadas. Lisboa não era ainda um destino certo como Madrid ou Barcelona – é preciso não esquecer que os grandes concertos de estádio só haviam chegado a Portugal em 1990, com a Urban Jungle Tour dos Rolling Stones – portanto, foi com uma natural euforia que os fãs portugueses dos Guns n´Roses viram anunciado, alguns meses antes, o concerto de 2 de Julho de 1992, em Alvalade. Agora, era preciso que tudo corresse bem e que os Guns não anunciassem o cancelamento do espectáculo, conforme acontecia com alguma regularidade nalguns pontos do mundo. Na realidade, o feedback que nos chegava através dos jornais é que com os Guns tudo era possível!
No dia 2 de Julho, dia bem quente, a cidade acordou sob a égide da visita da «banda mais perigosa do planeta». Sessenta mil pessoas eram esperadas no Estádio José de Alvalade, num concerto considerado pelas autoridades como de alto risco. Recordo que formávamos um grupo de dez a quinze pessoas que se começaram a reunir em frente do Bingo do Sporting por volta do meio-dia. Não consigo precisar, à distância do tempo, a que horas abriram as portas mas, como fazia parte da tradição dos concertos de estádio, não esqueço aquela corrida desenfreada de quem entrava no recinto pela bancada sul e disparava rumo ao palco em busca do melhor lugar possível. Apesar de algumas ocorrências, de uma velada ameaça de «morte» sobre a minha jovem irmã, muita cerveja e haxixe, quando o concerto dos Guns começou, cerca das 23 horas, estávamos mesmo junto ao palco, sem grandes apertos (devido à barreira intermédia que separava o público no relvado) e a respirar os últimos momentos, após os concertos de Soundgarden e Faith No More, antes dos primeiros acordes de «It´s So Easy» irromperem pelo estádio.
Quarta e última parte (clica)
Primeira Parte (clica)
Segunda Parte (clica)
1 Comments:
Até tens boas recordações de Alvalade....
Tambem deves ter chorado com a demolição do "velhinho".
lol
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